Falar sobre a experiência do consumidor é tarefa básica para qualquer organização atenta às transformações do mercado. Mas e a Experiência do Colaborador? Você sabe o que é? Será que sua empresa tem olhado para isso?

A employee experience nada mais é do que o conjunto de experiências do colaborador em toda a sua trajetória na empresa, da seleção ao desligamento. E uma pesquisa da Social Base identificou que somente 13,4% das organizações afirmam que estão dispostas a direcionar orçamento para estratégias voltadas aos colaboradores.

Jacob Morgan, especialista em employee experience e autor do best seller ´The Future of Work´, definiu muito bem o objetivo que o RH deve ter em mente ao planejar a jornada do colaborador. Para ele, o segredo é criar um ambiente onde os colaboradores querem e desejam trabalhar, e não apenas precisam trabalhar.

Quando isso acontece, não só a satisfação e o engajamento dos colaboradores crescem. Mas também performance e principalmente os resultados financeiros crescem. Um relatório da IBM em parceria com a Globoforce identificou que as empresas mais preocupadas com employee experience registram: crescimento três vezes maior do ROI (Retorno Sobre Investimento) e o dobro de crescimento da margem de lucro operacional.

Pensando em ajudar você nessa tarefa de estruturação, divido alguns pontos essenciais no dia a dia do RH:

• ATRAÇÃO: Transmita uma boa imagem para os futuros colaboradores, despertando neles admiração e respeito. Uma vez que, a jornada do colaborador começa muito antes dele pisar na empresa;

• RECRUTAMENTO: O recrutamento e a seleção são etapas cruciais para o futuro da relação entre o colaborador e a empresa. Para chegar ao candidato mais compatível com o perfil da organização, o RH precisa ter em mente:
  • Antes de partir para o recrutamento e a seleção propriamente ditos, o RH precisa ter clareza sobre os valores e a cultura da empresa. O tempo em que somente as habilidades técnicas formavam o candidato ideal não existe mais. Hoje, o fit cultural é tão importante quanto o conhecimento técnico para o funcionamento harmonioso de uma companhia.
  • Mapeie e selecione candidatos compatíveis – Quando o RH recruta e seleciona candidatos que têm expectativas alinhadas à da empresa, ele avança na construção de uma ótima employee experience.
  • Cuide da experiência dos não selecionados – leve em consideração a experiência do candidato que não foi selecionado. Evite ao máximo que o candidato não selecionado se transforme em um detrator ou hater da sua empresa e priorize uma relação marcada pelo respeito.

• ONBOARDING: Já não existe mais espaço para aquele velho onboarding, onde muitos RH’s reservam dois dias para despejar uma enxurrada de informações e regras nos novos colaboradores. Lembre-se de que o onboarding tem a ver com acolhimento. Ele é o período de familiarização e ambientação do novo funcionário à cultura organizacional e às suas novas atribuições. Quanto mais acolhido e assimilado ele se sentir, melhor será a employee experience.

• ENGAJAMENTO: O próximo passo na criação de uma employee experience de destaque é a promoção do engajamento dos colaboradores. Hoje em dia, é impossível falar sobre engajamento e employee experience sem mencionar autonomia, desafio e, principalmente, propósito. Em outras palavras, é impossível falar sobre employee experience sem falar desses três pontos:
• • PROPÓSITO: para dar sentido às suas vivências na empresa, fortalecendo o sentimento coletivo de que todos estão caminhando em direção ao mesmo sentido.
  • DESAFIO: para que ele saia da zona de conforto e se sinta motivado a aprimorar suas habilidades, seguindo uma trilha de crescimento constante.
  • AUTONOMIA: para que o colaborador se sinta corresponsável pelo seu trabalho e desenvolva projetos autônomos.

• DESENVOLVIMENTO: Uma das etapas mais importantes da jornada do colaborador é o momento em que ele se desenvolve dentro da empresa. O engrandecimento profissional e pessoal do funcionário é parte fundamental de sua experiência na companhia, e o RH precisa ser protagonista desse processo. Como sabemos, o papel de um RH ágil e estratégico não se limita mais à análise de planilhas e tabelas. As empresas são feitas, sobretudo, por pessoas, e é no desenvolvimento delas que o RH precisa prestar atenção. Construa jornadas de aprendizado individualizadas para os colaboradores. Identifique as motivações e habilidades de cada um e, a partir disso, desenhe uma trilha de aprendizado que as conecte com a realidade da empresa.

• DESLIGAMENTO: É importante se preocupar com a experiência do colaborador no momento em que ele está se desligando da empresa, porque é no processo de saída que o colaborador se sente mais aberto para falar sobre suas impressões e frustrações com a organização. Essa é uma ótima oportunidade para o RH identificar o que está dando certo e o que pode melhorar na companhia. Por isso, dê prioridade às entrevistas de desligamento e estimule o colaborador a relatar os reais motivos de sua saída! Com base nessas informações, é possível aperfeiçoar todas as etapas da employee experience.

Para garantir uma experiência satisfatória ao funcionário, é fundamental oferecer caminhos para que ele se desenvolva de forma constante, proativa e autônoma, em uma relação de crescimento para as duas partes – empresa e colaborador.

Referências:

Escola Conquer – Employee Experience: Entenda as etapas da Experiência do Colaborador

AUTOR

Tatiany Nascimento

Diretora Comercial Oggettiva HCM